Semanário “Expresso” diz que José Eduardo dos Santos está agastado com as críticas que o processo tem gerado.

A investigação que decorre em Lisboa contra o vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, suspeito de corromper um procurador português, ameaça assumir dimensões políticas, mais concretamente no que ao processo de sucessão presidencial diz respeito.

De acordo com a última edição do semanário Expresso, citando uma fonte dos serviços de informação angolanos, as críticas suscitadas pelo acaso agastaram o presidente José Eduardo dos Santos, que terá pedido uma investigação aos negócios de Manuel Vicente relativos ao tempo em que liderou os destinos da Sonangol.

A investigação poderá muito bem servir de pretexto para Eduardo dos Santos afastar definitivamente o “vice” do processo de sucessão, escreve o semanário português.

Sobre o processo envolvendo Manuel Vicente, indiciado por corrupção activa pelo alegado pagamento, através da Sonangol, de EUR 200 mil euros (USD 221,5 mil) a um procurador português, o Expresso dá conta de que a investigação conduzida por Orlando Figueira, actualmente em prisão preventiva, durou apenas quatro meses até o arquivamento, um tempo anormal para este tipo de situações.

Manuel Vicente foi o único a beneficiar desta celeridade pouco habitual, uma vez que os restantes visados pelo inquérito-crime, aberto em Setembro de 2011, esperaram até 2015 para que as suspeitas existentes sobre eles fossem arquivadas.