Músico diz não estar em condições de vender os seus discos a Kz 1000. Caló Pascoal e Adi Cudz discordam de aumentos em tempo de crise.
O músico angolano Matias Damásio disse ontem que o preço da venda dos discos dos artistas nacionais deve sofrer um reajuste devido à actual situação económica, financeira e cambial que se vive no país.
O autor de várias composições de sucesso que, em companhia de outros artistas como Caló Pascoal, Livongue, Eddy Tussa e Adi Cudz, analisava num dos programas daRádio Luanda o estado da música angolana neste momento de crise, afirmou que o custo da produção de um trabalho discográfico não é consentâneo com a venda dos CD a Kz 1000.
“As propinas dos meus filhos subiram, o arroz subiu, a fuba subiu por que o disco não pode subir? Mais um preconceito contra a música angolana e contra o artista”, disse Matias Damásio.
A maior parte dos músicos nacionais produzem os trabalhos no estrangeiro e chegam a gastar cerca de Kz 10 milhões numa edição de 10 mil cópias. Este valor, segundo os artistas, adicionado aos pagamentos aos músicos, o aluguer do estúdio, o que os fãs pagam para terem em suas casas um CD não cobre o investimento.
Durante o debate, que durou quase três horas, também se referiu que mesmo comercializados a Kz 1000, as vendas dos CD estão em declínio, devido à diminuição do poder de compra por causa da crise. Daí que, para Caló Pascoal e Adi Cudz, este não seja o momento para se reajustarem preços.
“Não estamos a ser totalmente realistas. Estamos a falar de um país que está em crise, onde a tia está com dificuldade de comprar um peixe carapau e nós estamos a falar de CD”, disse Adi Cudz.
“Para haver reajuste tem que haver contenção”, alerta Caló Pascoal, contrariado por Matias Dámasio, proprietário da Arca Velha, que produziu os álbuns de Bruna Tatiana e Afrikanas e, neste momento, está a produzir o disco de Samanta.
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