Cunene: Jovem forçado a casar com cadáver da namorada



 As autoridades governamentais e sociedade em geral na província do Cunene revelam pasmadas com um caso insólito em que um jovem naquela   região estaria a ser forçado a contrair matrimónio tradicional   com o cadáver da sua malograda namorada (que em vida se chamou Divina), em cumprimento de um ritual da etnia da falecida, visto que ela morreu grávida daquele sem ter feito o pedido de noivado.
De acordo com a cronologia do caso, a malograda que em vida morava com os familiares na conhecida rua da Valmy, no bairro dos Castilhos, naquela província tinha um namorado principal e ao mesmo tempo mantinha uma relação amorosa com um jovem funcionário do SME, Mandume  Santos, de 27 anos de idade

Ao notar que estaria grávida  do suposto amante, a malograda que em vida contava com 17 anos de idade,  foi ter com o namorado principal para assumir as responsabilidades mas este a rejeitou. Para além do desprezo que teve do namorado principal, a malograda foi também rejeitada pelos familiares o que lhe obrigou a ir ter com o amante e ter-se instalado em casa deste.
Certo dia, o suposto amante “Santos” saiu de casa para pegar água tendo deixado a namorada em casa. Está, fruto da humilhação e desprezo que estaria a passar por parte da família aproveitou a ocasião de ter estado sozinha em casa, amarrou os lenções no teto e enforcou-se pondo fim a sua vida.

Tendo em conta que ela faleceu em casa do suposto amante, a família da malograda insinuou que ele tinha que casar com ela no dia do funeral para se cumprir com supostos rituais atribuído a cultura bancogo a que a malograda pertencia. O jovem terá recusado mas acabou sendo perdoado pela família daquela e foi-lhe permitido assistir ao funeral.

Apesar de a mesma ter falecido a duas semanas, o funeral apenas aconteceu no passado dia 8 de Maio. Porém o casamento não veio a consumar-se porque o jovem recusou-se a ir no seu próprio casamento que teria lugar no cemitério de Ondjiva . “Santos”, que é natural do Lubango foi entretanto, perdoado pela família da malograda apesar de  se ter recusado casar com o cadavar da amante.

De acordo com conhecimento, o governo provincial não reagiu ou interferiu no assunto por considerar um assunto exclusivamente de fórum familiar. A atitude dos familiares da malograda em obrigarem o jovem a casar com o cadáver, é segundo explicações de meios conhecedores de assuntos de fóruns tribais, como um ritual destinado a permitir com que o “abusado” pague a “multa” tendo em conta que a jovem engravidou sem fazer o pedido de noivado. Desta forma, o “abusado” fica também livre de alguma maldição de ordem tradicional.