Todo cuidado é pouco, não só as pessoas que andam de taxi mais no geral tenhem que ter muito cuidado esses marginais não estão pra brincadeira.
Este jovem foi vítima, que a sua alma descanse em paz
Data do acontecimento: 29. Junho. 2018. Sexta-feira
Eram aproximadamente 19 horas e pouco, quando pegamos um táxi do Benfica sentido Centralidade do Kilamba, local de residência da minha costela protetora. Esta história teve inicio na autoestrada e termina no bairro pantanal.
Para além de nós os dois estavão mais 8 passageiros e cinco marginais armados de unhas e dentes. Quando a marcha do azul e branco, modelo quadradinho começou tudo parecia uma viagem normal como sempre! Chegando nas imediações do Instituto Superior Politécnico Internacional de Angola (ISIA) um dos passageiros desceu da viatura.
Na mesma paragem subiu um outro jovem de aparentemente 25 anos de idade, que se fazia acompanhar dos amigos vindos de provavelmente de uma festa. Outro dos seus amigos ficaram fora do táxi e gritavam em tom alto as seguintes palavras:
««Wei não vai… Wei não vai… fica… Fica!»»
Em resposta, o jovem que por sinal foi o último a subir, no candongueiro respondeu:
««Eu basei! Ficam vocês…»»
Os amigos bateram forte na porta do táxi, mesmo assim não foi possível convencê-lo a ficar. Até aí ninguém sabia que o pior viria a acontecer, quem uma premunição.
Alguns metros depois, a viatura andava de zig zag de um lado para o outro, lá ao fundo no último banco e aí gritei ao suposto motorista:
««estás a andar como? ninguém respondeu!
Alguns metros depois de passar o instituto policial Osvaldo serra Van-Dunem, o rapto foi anunciado. No Banco onde sentei com a namorada, estava um marginal armado que manipulou a arma e disse:
… Todos quietos… entreguem tudo que têm.
Olhando para aquela arma apontada a minha mais que tudo, abaixei a cabeça dela, no exato momento saiu as seguintes palavras da minha boca:
…. Cala a boca e não fala nada. Ela nem fazia ideia de que se tratava. Quando olhou ao seu lado direitos, deparou-se com a arma apontado em direção a sua costela direito. Os ânimos se levantaram e dai só se ouvia gritos em todo táxi.
Concentrei-me olhei em todos os cantos e percebi logo que, em cada banco dos ocupantes estava deles armado e no banco de frente o Motorista e pendura, também faziam parte do grupo. Não restou outra coisa a não ser orar…
A marcha continuou até ao primeiro contorno do estádio 11 de Novembro, local onde a nossa marcha foi desviado. Ouvia-se gritos novamente. Na altura todos estavam convencidos da morte!
Depois do contorno, entro na rua direito do estádio acima referido em direção ao bairro calemba2, no final do quintal do shopping Ulengo Center, entrou no primeiro desvio, no interior do bairro da sapú. Até ai todos foram obrigados a fechar os olhos, enquanto os mesmo rodeavam connosco, naquelas localidades a procura de um local escuro para sermos depositados…
“Foram momentos de muita angústia!”
Receberam-nos todos os pertences valiosos, desde cartões de Multi-caixa, dinheiro, fios de ouro etc.
Ai a viagem no escuro, continuava sem tréguas. Mais tarde, uma das ocupantes, no caso passageira, ao ser obrigado a tirar uma das suas mascotes, tentou resistir, foi ai que o jovem, citado anteriormente, que subiu no ISIA, no caso o último passageiro, que vim da festa com os seus amigos, entrou em briga com um dos marginais armados.
Enquanto os dois lutavam, a turma toda colocou-se em pânico com medo de apanhar uma bala perdida. Há que se dizer que a atitude do jovem não foi das melhores, mas se tivesse imobilizado aquele marginal, provavelmente teria sido um herói.
Os gritos continuavam, quando um dos meliantes que estavam no banco onde me encontrava sentado com a minha namorada, levantou, inclinou-se para frente com a sua arma e fez, um disparo.
Disparo este que nos deixou em dúvida se atingiu ou não, porque um menino de aparentemente 17 anos de idade que se encontrava no mesmo banco, não para de gritar, parecendo que terá sido o alvo daquele disparo.
Ouvia-se apenas gritos de ai! Ai! Ai! Me deram tiro, me deram tiro!
Obrigado a calar e assim aconteceu!
A viagem continuava nas zonas suburbas desconhecidas por nós porque era tão escuro, isolado e quase sem residências. As únicas coisas que se podia observar erma quintas abandonadas.
A viagem continuava, no desespero de jovens porque eramos a maioria desta faixa etária, todos calados esperavam a próxima accão deles. Em alguns momentos durante as voltas todos que durou mais de uma hora, meliante que se encontrava no último banco dizia:
Nós não queremos fazer mal a ninguém!
Repetia estas palavras umas tantas vezes. Acrescentava outras como:
««Estamos a fazer apenas o nosso trabalho, vocês têm famílias e nós também, só estamos a fazer o nosso trabalho»»…
Trabalho este que é roubar dos outros com armas na mão!
««Diziam ainda que João Lourenço não está a dar emprego as pessoas»»
A viagem continuou até chegar numa zona abandonada no distrito urbano de Luando Sul numa das matas da zona do pantanal. Entre nós ninguém sabia onde estávamos.
Encontraram num quintal abandonado e mandaram-nos descer a todos e assim aconteceu, descemos e fomos postos de joelhos a espera de último sinal de vida. É claro que orações não faltaram.
Quando nos colocaram naquele sítio os mesmos abandonaram-nos lá todos em vida. Não, minto! Faltava um de nós. Olhamos em frente e tinha um corpo estendido.
Aproximamos e percebemos que era o último Jovem que subiu no táxi, na paragem do ISIA, que saia da festa com os amigos, e que foi obrigado ficar pelos seus companheiros, mas mesmo assim preferiu a viagem.
Depois da aproximação demos conta que já estava morto. Saímos a correr desesperados a procura de ajuda, na vizinhança próximo, batendo várias portas, até que numa das casas uma senhora abriu-nos a porta com o seu filho.
Ela perguntou: o que se passa? Lá explicamos o sucedido!
Nesta altura já era aproximadamente zero horas! Procuramos uma casa onde o serviço de chamada telefónica é pago e tivemos a sorte de ser atendidos, apesar de ser muito tarde. Cada um de nós fez as ligações que deveria fazer, aos seus familiares e eu fui o único que não o fez para deixar ninguém preocupado porque o pio já tinha acontecido.
Pedimos ajuda, apareceram alguns agentes da polícia da divisão de polícia do Luanda Sul. Fomos resgatados com vida apenas nove pessoas, porque um já estava morto.
Subimos todos na viatura com os agentes da policia, fomos novamente no local onde o corpo foi abandonado. E ai ficou tudo por conta da policia, que por volta das 2 horas procedeu a remoção do cadáver.
Os nove sobreviventes foram encaminhados na divisão da polícia do Luanda Sul onde prestamos algumas declarações. Na mesma divisão policial estavam presentes, alguns familiares. De alegria, abraçavam-se pela emoção da sobrevivência e do clima aterrorizado vivido.
Fim das declarações, os que tiveram a carona, foram com os seus parentes e eu a minha namorada e mais dois dos nove sobreviventes, seguimos viagem a centralidade do kilamba, o primeiro ponto foi no kk 500, onde deixamos um dos sobreviventes, e no prédio D25 isto no kilamba, deixamos a outra.
E eu e a minha mais que tudo Rosa Forquilha, fomos a casa dela, onde passamos a noite a recordar, junto com a sua família os momentos terríveis vividos naquele assalto, já sorrindo nem!
Parece filme, mas é uma realidade!
Por isso sobrevivemos para contar a história.
A história de nove sobreviventes…
Fimmmmmmmmmmmmmmmm!!!!!!!!!!
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