A Procuradoria Geral da República de Angola (PGR) constituiu arguidas, nesta segunda-feira, as jovens Laurinda Manuel Gouveia (noiva de Nito Alves) e Rosa Conde no âmbito do processo (718/015-10-DNIC) do suposto plano de “golpe de Estado” contra o Presidente José Eduardo dos Santos (JES), que resultou na detenção de 15 ativistas, em Junho do corrente ano, em Luanda.
A decisão de serem constituídas arguidas deveu-se, segundo argumentação, das autoridades por elas terem participado em duas ocasiões, na palestra dos jovens, em torno do livro “Da ditadura a democracia”, na qual a o regime angolano acredita ser uma fonte de ensinamento para derrubar o Presidente da República.
Ambas foram interrogadas em separados pelo Sub-Procurador Geral da República, Luciano Cachaca Kumbua, magistrado junto ao Serviço de Investigação Criminal (SIC). Segundo informações, a procuradoria pretendeu saber delas se tem alguma relação com a Euro-deputada Ana Gomes.
A Procuradoria, disse-lhes também que o regime tem em posse informações de que grupos egípcios e franceses estariam a financiar os jovens do Movimento Revolucionário, com vista a fazerem de Angola, o mesmo que aconteceu em ditaduras de países árabes.
O Procurador Luciano Cachaca Kumbua quis saber ainda sobre as notificações passadas para elas, questionando como foram parar nas redes sociais concretamente no portal Club-K. O magistrado do ministério publico, ameaçou as jovens para não divulgarem nenhuma informação sobre a sua constituição como arguidas sob pena de lhes ser movido um outro processo criminal.
Não há informação se as jovens serão detidas a qualquer momento. Sabe-se apenas que elas deverão ser apresentadas em Tribunal, e sentar-se no mesmo banco dos réus que os outros 15 presos políticos.
Desde que foram apanhados a ler o livro “da democracia a ditadura”, resultando nas suas detenções, os seus advogados tem lamentado que até ao momento o regime angolano não conseguiu apresentar provas concretas de que os jovens planeavam realizar um “golpe de Estado” para derrubar o Presidente.
Aos dirigentes do MPLA, que colocam duvidas sobre a autenticidade da historia do suposto “golpe de Estado”, os mentores da referida tese tem transmitido que os jovens iriam queimar pneus na ruas, quando o Presidente da República passasse, e por sua vez este ficaria intoxicado com o fumo resultando no seu internamente.
De acordo com o que circula, a história do suposto “Golpe de Estado” terá sido criada por um certo general do regime, que ao tomar conhecimento que iria ser mandando para reforma neste mês de Agosto, antecipou-se nesta encenação. Algumas semanas depois, este mesmo general escreveu ao líder pedindo que não o reformasse ainda porque precisava concluir a sua investigação sobre o suposto “golpe de Estado”.
0 Comentários